3 de abr. de 2012

Tecnologia, comportamento, atitude, cultura



Subtítulo - O trabalho na rede e em rede - 2

 A discussão em rede começa a ser parte muito importante na leitura e análise que se faz dos textos que cada um de nós vai trabalhando. 

Na sequência deste post, não podia deixar de aqui partilhar, também, com a devida autorização da co-conversadora, esta conversa que mantivemos a propósito dum excerto de Tom Whitby, partilhado pela Cornélia Castro, no seu mural do Facebook, a 23 de março.

Tenho uma mania, quase obsessão pela memória e a importância dela e a necessidade de a registar...

Logo, tudo aquilo que acho pertinente e gosto, quero registar e quase sempre partilhar, porque o momento da partilha para a memória futura é, também, muito relevante. Assim, vou usando estas "coisas" da web 2.0 para me ajudar a fazer esses registos. Em papel, seria incomportável. Cheguei a tentar...
É importante partilhar esta conversa? Na minha ótica, sim. Por um lado, é relevante, porque mostra como se "fazem" as conversas no facebook e, por outro, pela importância do conteúdo, na partilha do texto de Tom Whitby feita pela Cornélia que é uma amiga virtual também muito relevante pelo que partilha e comunica.

Eis a conversa:

«(...) In order to take a full measure of the advances of technology, there are certain adjustments to be made and skills to be obtained or reanimated. This requires a change in behavior, attitude, and most importantly, culture. Information from technology may be easily accessed, but it is not yet a passive exercise. It requires effort and an ability to learn and adapt. These are skills that all educators have, but many may not always be willing to use. The status quo has not required educators to use these skills in a long time. Using these skills requires effort and leaving a long-standing zone of comfort in order to learn and use new methods of information retrieval. Waiting for the Journal is no longer a relevant option. Educators are driving the changes, but technology is driving the change. The need for reform may very well come from the need for the changes in education to keep up with the rate of change. (...) ~ Tom Whitby
That's it!
Rosalina Simão Nunes ‎"Using these skills requires effort and leaving a long-standing zone of comfort in order to learn and use new methods of information retrieval. " - Crucial.23/3 às 23:58 

Cornélia Castro Effort... that's what life is (also) about...23/3 às 23:59 

A propósito disto, julgo eu :))))), vou aqui contar um episódio. Desde o ano passado que me debatia na escola por disponibilizarem aos professores um endereço eletrónico se queriam que o "pessoal" usasse esse meio para comunicar. Uma vez que se andava a usar, quanto a mim, 'abusivamente' o recurso ao mail como forma para comunicar, quando as pessoas se viam todos os dias. Ou seja, em vez de se discutirem os assuntos frente a frente, discutiam-se, supostamente, via mail. Acontece que essa discussão não existia. O que havia era o envio de sugestões que depois eram recolhidas por uma determinada pessoa que as colidia. Ora, isso não é discutir. Nem por mail. Então, tomei uma decisão e informei que o meu mail pessoal deixava de estar disponível para servir de recetáculo desse tipo de comunicação. Neste ano, forneceram-nos um mail institucional. Ora, além do facto de não nos permitirem mexer no perfil, impondo-nos um nome que não temos e não queremos (facto que a maioria das pessoas não tem consciência e aceita, porque não sabe), insistem em usar aquele recurso, o simples mail, já nem falo de plataformas e afins, como veículo que facilita a vida porque liberta mais horas e opta-se por querer discutir as coisas como descrevo em cima. É óbvio que já informei quem de direito que, de novo, aquele meio de comunicação está off.
24/3 às 0:11


Rosalina Simão Nunes Poderão dizer: "Lá está aquela chata..." Mas, parece-me a mim que, ao fazer isso, eu estou a trabalhar no sentido da tal mudança: "This requires a change in behavior, attitude, and most importantly, culture."24/3 às 0:13

Cornélia Castro Não percebi muito bem... essa comunicação pior e-mail é só para participação de "eventos" ou para agilizar a (não) discussão de questões pertinentes?24/3 às 0:14 

Rosalina Simão Nunes Não é para agilizar, Cornélia, é para substituir. :)24/3 às 0:15 

Se fosse para agilizar, tipo: "Olhem, envio o projeto B para lerem, analisarem e no dia tantos reunimos para discutir, enquanto departamento, grupo de trabalho..." A "coisa" aceitava-se. Agora, sugerir que a "discussão" de um projeto se faça com envio de propostas para determinado endereço, sem que haja discussão? E, depois, quem reúne ideias? Quem contra argumenta? Quem sintetiza? Como se conhecem as outras ideias que não sejam as nossas?
24/3 às 0:19  

Cornélia Castro O e-mail para discussão de questões relevantes???
O virtual é muito handy para discussões e análises (estamos aqui a!), o presencial não é imperativo.
Mas há "substituições" melhores, bem melhores...
"These are skills that all educators have, but many may not always be willing to use" eis a questão.
Willing to use...
24/3 às 0:19 ·

Rosalina Simão Nunes Sim, "nós" sabemos Cornélia, mas as pessoas que me estão a propor esse tipo de discussão não sabem e usam o mail para evitar gastar tempo, na escola.24/3 às 0:31 

Cornélia Castro Pois... fazer o quê? Com diz aqui um amigo nosso "Evangelizar"... :-)24/3 às 0:33 


Rosalina Simão Nunes Pois, Cornélia. E terá alguma razão. Pessoalmente, não gosto do verbo "evangelizar".24/3 às 0:42 

 
Sinónimos?24/3 às 0:49

Bom... A mim o verbo evangelizar faz-me lembrar logo aquelas igrejas de Deus, tipo a igreja universal. E aí, a "coisa" funciona muito à volta daquele que evangeliza. Ora, na minha perspetiva, a educação em geral, e o ensino em particular, deve andar à volta daquele que aprende. Esse é que tem de querer saber aprender. O processo de o pôr a fazer isso tem de ser muito discreto, para que as "luzes" incidam sobre aquilo que aprende. Isso é que é o fundamental. Que se aprenda. E para isso, cada vez com menos dúvidas, tem de haver quem ensine e não quem evangelize. O professor é cada vez mais fundamental em todo este processo. Eu não quero que um aluno que não seja meu aluno de todos os dias me apresente um trabalho que eu não consiga / saiba avaliar. Isso não é aprender. Isso é inventar. E nas escolas deveríamos ensinar a pensar, logo aprender. Claro que as ferramentas das novas tecnologias ajudam a fazê-lo e, principalmente, libertam-nos tempo para estar mais tempo de qualidade com os alunos. Agora, a questão é: como é que se passa a mensagem? Quem tem de fazer isso? Onde? Quando?
24/3 às 9:31 ·

Pois as palavras estão no dicionário e nós damos-lhes as nossas conotações... (eu não me lembraria da igreja universal...)
Mas, pensei que te referias a "evangelização" das relações interpessoais e profissionais entre os adultos apenas:
Como se passa a mensagem?
Tenho uma ideia sobre isso, não empírica (ou mais ou menos, que isto já são mtos anos de trabalho): pelo exemplo.
Primeiro estranham, alguns invejam, outros odeiam e depois alguns resolvem experimentar...
24/3 às 19:55

 Rosalina Simão Nunes Por acaso, no caso da evangelização, não me parece que eu esteja muito longe do sentido denotativo da palavra. É um facto que evangelizar é: Proceder à evangelização em (algum lugar) ou entre (alguns indivíduos ou povo). Levar o Evangelho a, Missionar. E é isso que fazem as Igrejas. Umas mais que outras. A questão é saber se com a educação o processo deva ser esse.24/3 às 22:00 ·

 Rosalina Simão Nunes Sabes, a mim incomoda-me que muita gente continue a achar que o professor anda em missão. Eu não sou missionária. Eu sou uma trabalhadora. :)))) 24/3 às 22:01  

 Rosalina Simão Nunes Trabalho para comer. Claro que, no meu caso, trabalho numa área que me realizar. Foi uma opção. Por exemplo, se fosse agora, não teria escolhido a área da educação. A perspetiva de futuro, enquanto carreira, não está clara. Muito cinzenta, aliás. E claro que também já estou numa etapa que me leva a ponderar bastante a possibilidade de mudar o rumo. Ainda para mais agora. Na crise. ;-)24/3 às 22:03 ·

Rosalina Simão Nunes Mas já estou a fugir à questão. :)))))) Ainda sobre a missão e o evangelho.24/3 às 22:03 

Sabes, um dia, resolvi ir fazer uma ação de formação sobre a cartilha maternal, na João de Deus. Não ensino ninguém a ler, no sentido literal do termo. Supostamente, chegam às minhas mãos já a ler... Mas queria perceber por que razão um método tão antigo, porque já vem dos finais do século XIX, ainda era atual. E percebi. E é simples: ali, nas escolas João de Deus, diz-se assim: "Nós aqui ensinamos desta maneira." E funciona.
24/3 às 22:07 ·


 Rosalina Simão Nunes Ou seja, definiram um método e aplicam-no.24/3 às 22:08 · 

Rosalina Simão Nunes E o que é certo é que os meninos que aprendem a ler, lá, mesmo aqueles que têm dificuldades de aprendizagem, aprendem a ler e, depois, a escrever.24/3 às 22:08  

Rosalina Simão Nunes Claro que processos destes não são compatíveis com o tal espírito de missão que grassa nas escolas portuguesas. Porque as missões dependem dos voluntários. Os métodos dependem das organizações.24/3 às 22:10  



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